sábado, 2 de julho de 2011

O maniqueísmo, esse lindo!

Ah, o maniqueísmo! Esse lindo! É tão bom pensar que uma coisa é isso ou o seu contrário - sem meios termos! É confortável não problematizar e deixar tudo em conceitos fechadinhos que dão uma resposta rápida para nossas perguntas imediatas. Nossa vida é pra já! Ou, como diria o cartão de crédito, "a vida é agora".

O problema é que essa velocidade alucinada tira a oportunidade de refletir. Refletir é cansativo, moroso, um exercício incomum diria Rui Barbosa.

Nessa ausência de reflexão, o discurso midiático é recebido como verdade. As relações humanas vão à ruína por uma palavra. A vontade de ajudar o próximo esbarra na descrença de que isso mude alguma coisa.

É também a falta de reflexão que gera distinções inexistentes do tipo: "Aquele grupo não tem nada a ver comigo" ou "Nunca pensaria assim".

Há uma frase no Forte Santa Catarina, em Cabedelo, que diz em outras palavras que as épocas passam mas as razões permanecem. Amadurecer a mente é um desafio. Não podemos mudar o mundo sem mudar a cultura, o comportamento, os valores primitivos que têm movido a mola desta roda viva.

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