quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ened 2010. Eu fui!

Fui e voltei gripado pra caramba! O Encontro Nacional dos Estudantes de Direito deste ano foi realizado em Brasília. Nesta época, o clima por lá é... um piadista! O dia inteiro faz calor. Quando anoitece esfria e durante a madrugada congela! Estou exagerando. Não chega a congelar, mas cai para algo perto de 10ºC. A rotina era dormir enrolado e acordar morrendo de frio pouco depois das 5h30. Com esses contrastes não tem corpo que aguente. Minha gripe que o diga!

Deixando clima e gripe de lado, o Ened 2010 foi um momento interessante para se discutir educação jurídica. O tema "O Direito entre a razão e a sensibilidade" motivou os palestrantes, oficineiros e estudantes a pensar além do ensino dogmático e tecnicista que caracteriza os cursos de Direito. Parece que em todo o país, o foco das universidades e faculdades tem sido mesmo ranquear os cursos pelo índice de aprovação na prova da OAB e em concursos públicos.

Acho importante que a universidade em que estudo qualifique para isso, mas é preocupante saber que os valores de justiça e dignidade humana estão sendo reduzidos a um punhado de leis, decoreba e pouca reflexão crítica. Uma quantidade pequena, mas representativa dos estudantes que estiveram no Ened participou de um ato público na quarta-feira (14/07) levando à porta do MEC os clamores por uma educação jurídica sensível, emancipatória e não-mercantil.

Foi interessante ver o reitor da UnB José Geraldo de Sousa Júnior explicar na conferência de abertura do Ened que o conceito de Direito foi reduzido de "a arte do bom e do justo" para "ciência das normas". Valorizamos a razão explicativa em detrimento da razão sensível. A falta de sensibilidade desumaniza o homem, o transforma em coisa. A justiça sensível é a que sabe se colocar no lugar do outro. Trazer de volta esta dimensão pode transformar a sociedade.