sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Um estreito de terra para 140 famílias

As imagens estarão em algum lugar da web logo logo. Por enquanto, só uma breve descrição. Em Barra de Antas, no município de Sobrado, próximo a Sapé, Paraíba, 140 famílias se espremem em um pedaço pequeno de terra. As casas são minúsculas, espaço para cultivar a terra praticamente não há. Perto dali, pouco mais de sete hectares de terra foram desapropriados, mas o povoado não dispõe da emissão de posse. As demandas daquele lugar não são diferentes das de tantos outros rincões do Brasil.

Barra de Antas se destaca porque tem em sua memória a morte do "Cabra marcado pra morrer" João Pedro Teixeira, agricultor ativista das Ligas Camponesas, personagem do documentário de Eduardo Coutinho, assassinado em abril de 1962. Este ano serão relembrados os 50 anos de seu martírio.

Algumas canetadas seriam de grande ajuda para os filhos dessa luta. Barra de Antas fica bem próximo a uma rodovia que a liga à área urbana de Sobrado. Mas a cheia do Rio Gurinhém, em abril de 2011, destruiu a estrada e várias casas. O acesso à escola ficou impossível e, por ficarem quatro meses sem aula, as crianças perderam o ano letivo.

Como eles têm escapado da absoluta miséria? Alguns são ahttp://www.blogger.com/img/blank.gifposentados, outros recebem os benefícios dos programas de renda mínima do Governo Federal, além de trabalhos temporários e dos bicos na agricultura em terra alheia. Quanto se paga a um agricultor na terra de outra pessoa? Vinte reais por dia.

Você pode se perguntar "o que eu tenho a ver com isso?", mas só em desconhecer a história ou o cotidiano de Barra de Antas, nós, paraibanos ou não, nordestinos ou não, brasileiros ou não, contribuímos para a mesmice. Contribuímos para a invisibilidade, para a violação de direitos humanos, para a repetição de um passado doloroso na vida de pessoas como nós. Que sejamos os agentes da justiça social sonhada por nossos heróis.

UPDATE:
Neste link, fotos de Barra de Antas e Sapé.
http://www.flickr.com/photos/parabreno/

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Férias, pra que te quero?

Quando me vejo rodeado de coisas a fazer e mil probleminhas lembro de uma frase ou título de um livro de Millôr que diz "O Brasil não é um país para iniciantes". Não é mesmo. Iniciante sofre em tudo. Haja pau na moleira de quem ainda vai descobrir como tudo isso funciona. (Estou tentando escrever e o Firefox está travando! Maldito!)

Continuando...

Período passado foi um dos piores do curso de Direito, acho que só perde em desanimador para o segundo. Tive bons professores, não me queixo deles. O assunto é que, por vezes, era um horror. Foi um suplício para me desvencilhar daquele período.

O período terminou, a alegria raiou! Nada! Nova temporada de entregas da loja a fazer. Besteira, Breno. Trabalhinho leve. Quase férias. ¬¬ O ano parecia chegar ao fim com poucas novidades. Aí, no dia 22 de dezembro, vem o telefonema de uma amiga: Parabéns! A prefeitura lhe chamou.

Mini-flash back: Concluí Licenciatura em Educação Artística em 2007. No mesmo ano, em dezembro, fiz um concurso para professor de música da rede municipal de João Pessoa.

Pois bem, o ano mudou mas ainda me sinto ali pelos idos de 26 ou 27 de dezembro, quando decidi que iria tomar posse nessa vaga. De lá até aqui tem sido uma pedreira para conseguir documentação e exames médicos. Uma rotina à moda de Kafka! Cansaria os leitores me lamentando por aqui. Mas vou dar um número: seis. Seis vezes que fui à Casa da Cidadania em busca de uma segunda via da Carteira de Trabalho. Quem tentar receber o documento por lá espera 30 dias. Meu prazo máximo para a posse é dia 20 de janeiro.

Vez por outra aparece uma alma luminosa que resolve grandes entraves, mas basta dizer que as pendências ainda estão por terminar. Quer férias em janeiro? Entre naquela fila, pegue uma ficha e volte na próxima semana. Alguém mais na fila quer ficha pras férias?