sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

No meio do caminho tinha uma corrente de estacionamento

Uma corrente de estacionamento, um tropeção e adeus fortaleza. Seja bem-vindo o desespero! No dia 10 de janeiro deste ano meu pai tropeçou em uma corrente dessas e quebrou o fêmur e o pulso. Nas duas fraturas foram necessárias cirurgias. Nas duas os médicos se surpreenderam com o quanto era mais grave do que eles esperavam. Paz, cadê?

Acho que do dia 10 ao 14 eu fiquei meio sem chão.. Meio triste. Até o desespero chegar. Avassalador! Daí somou-se à tristeza os soluços de um choro impossível de conter. A palavra que define é desespero mesmo. Ausência de esperança, falta de perspectiva, vontade de não estar lá nem naquele momento. Desejo de fugir, de não existir. Bad trip! Um cilada destrutiva... A mente é uma armadilha.

Passados doze dias de internação chegou a alta. Na manhã seguinte meu pai estava em sua casa. Chego lá e vejo que tudo mudou. Seu rosto estava melhor, nem parecia que estava passando pelo problema que está. A recuperação demorará alguns meses. Mas o melhor é que a esperança voltou. E na minha tristeza não conseguia vê-la.

A falta de perspectiva é tão opressora que impede de ver o óbvio: a tempestade sempre passa. Dias melhores chegaram e e outros tantos virão. Se a tristeza me afundasse como veria aquele rosto feliz outra vez? As fortalezas podem ser de papel e se partirem com o peso de uma pequena corrente de estacionamento. Mas elas podem ser reconstruídas mais fortes e belas para que esteja em um lugar seguro. Não tenha pressa, porque a esperança está a caminho.