terça-feira, 16 de outubro de 2007

Para a tropa do trapo vazo a tripa*

Expectativa é uma m&#$@! Esperei um tempaço para assistir "Tropa de Elite", o filme que todo mundo - ou quase - já tinha visto a cópia pirata. Valeu a pena? Valeu. Primeiro porque destesto assistir filme no computador e também sou chato com defeitos de exibição. Não esqueço a vez que estava assistindo uma cópia de "Carandiru" e uma pessoa se levantou na minha frente. Era um espectador que estava na sala onde filmaram a tela do cinema!

O problema de esperar tanto assim é que você passa meses ouvindo dos colegas que é um filmaço, que é sensacional, que Wagner Moura está perfeito, etc etc. Aí você entra na sala de cinema, começa a identificar elementos que lhe haviam sido descritos e tenta embarcar na história sem aquela sensação de saber demais do filme. E vem o pior: fica abaixo do esperado.

Antes que me crucifiquem reconheço que o filme é muito bom. Tem uma dinâmica interessante, mostra bem uma parte da corrupção da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Mas eu pergunto: tinha para que colocar uma áurea de incorruptibilidade sobre o Bope? "No Bope não entra corrupto", diz o Capitão Nascimento. Sei, sei!

Outra: quem for maconheiro, prepare-se para sair de lá com um sentimento de culpa tremendo. Afinal, caro maconheiro, quem financia a violência e o tráfico é você! "Estudante (consumidor de maconha), sabe quem matou esse aqui? Foi você!", frisa o protagonista.

Acho que os maiores pecados do filme são a santificação do Bope e a trivialidade que encontram os responsáveis pelo tráfico. A temática é ótima, a montagem é envolvente, e tantos outros detalhes técnicos são impecáveis. Mas o texto não é nenhuma maravilha. Talvez tenham mesmo acertado em indicar "O ano em que meus pais saíram de férias" para representar o Brasil no Oscar.

*Surrupiado do soneto de Gregório de Matos

16 comentários:

Anônimo disse...

Não vi "O ano em que meus pais saíram de férias", mas fiquei feliz por não ter sido "Tropa de Elite" o filme escolhido para concorrer ao Oscar... apesar de ter gostado muito do filme :P Esse tipo de filme só deve ser visto por brasileiro mesmo.
Concordo com você que ele acha os culpados pelo tráfico muito trivialmente, mas me deixou muito feliz também saber que vai deixar os maconheiros ainda mais com peso na consciência. Se pelo menos 0,1% deles no Brasil inteiro deixar de fumar, já to feliz :D

Anônimo disse...

A utopia (ou visão romântica?)do Bope é mais devido ao olhar do seu alicerce: o ex-bope Pimentel, co-roteirista do filme. O discurso do Padilha (fora da tela) é de que atualmente (o filme se passa nos anos 1990) existe corrupção no Bope... (Antes não? Sei...)
Mas se quer ver o novo filme com mesma temática, do Pirata Legal produções, "TROPA DE ELITRITE", com Cap. Falecimento, é só acessar meu blog! ;)
Abraço!

Mythus disse...

Expectativa já me estragou alguma dezena de excelentes filmes. Principalmente os comentados por você e Andrei.

Também acho que a sua leitura do filme não foi muito boa. Você esqueceu que não se trata de um documentário imparcial. Trata-se da visão de um soldado (capitão) que punha o BOPE acima de tudo (família, saúde, vida).

Lembre-se de Labirinto de Fauno, Ponte para Terabítia, Cidade de Deus, A Hora da Estrela, Dom Casmurro, entre outros.

Anônimo disse...

quem de vocês já foi PM pra saber se tem ou não corrupção no BOPE, seus merdas?

Se vcs estivessem por dentro de tudo, saberiam que realmente o BOPE é uma instituição dentro da PM. E ele não se deixa corromper. Mostrem aí uma notícia de um membro do BOPE sendo denunciado por corrupção. Não há! Se fosse pra levantar dúvidas sobre o BOPE teriam q ser dúvidas do tipo: será que o BOPE tortura? será q o BOPE mata marginais mesmo quando podia evitar? será que o BOPE respeita os direitos humanos?

e desculpem pelo "seus merdas", seus bostas.

Anônimo disse...

quando vc fala de texto são os diálogos? nao ficou claro pra mim.

Clique Aqui disse...

Quando falo de texto me refiro principalmente à narração. Mas os diálogos também estão incluídos no termo.

Anônimo disse...

Fora todas essas "facilidades operacionais" eu achei o filme como um todo muito bom, melhor até do q "Cidade de Deus".. Podem me crucificar, um dia eu explico..

Acho q o pior q fica é idéia de q "O Bope é a solução de todos os problemas". Isso é mais coisa externa ao filme, culpa dos empolgados q assistem, baseados no olhar do Pimentel, como Audaci disse antes.

Não nos esqueçamos q esta pode não ser necessariamente a visão do diretor, que anos atrás fez Onibus 174, que trata de um fracasso retumbante do.. Bope.

Anônimo disse...

Vem aí 'tropa de elite', a serie.

o bope vai dar ibope?

Anônimo disse...

Já tem o mote ´pro segundo filme: "Tropa de Elite 2 - O Caveirão".

Taty Valéria disse...

O filme tá na moda, e isso é bom, pelo menos ele bota o povo pra pensar.
Mas o que eu acho o cúmulo, é alguém pensar num capitão que tortura como um herói. Se a tortura existe em todas as delegacias do Brasil, então alguma coisa está muito errada, um crime não justifica outro.
Mas é sempre bom uma polêmica.

Anônimo disse...

sempre vejo a comuna sim. quando tiver coragem, baixo a "balada". a letra eh massa. :)

Anônimo disse...

taty, a tortura não existe em todas as delegacias do brasil. mas tem mesmo muita coisa errada. começando por tornar herói um capitão que fere os direitos humanos.

o bope tortura mesmo. e digo mais: quando o caveirao entra na favela, eles vao pra matar, seja quem for que fique no caminho.

Taty Valéria disse...

Oi Wilson, disse que existe tortura em todas as delegacias do Brasil, pq foi a justificativa que eu ouvi de quem trabalha de dentro.
Mas eu sei que não é assim, pelo menos espero que não.

Anônimo disse...

Taty, a tortura nao existe em todas as delegacias do brasil. pronto. agora vc tem duas opinioes. ambas de quem trabalha diretamente com a coisa.

(a delegacia, nao a tortura, hein!?)

Taty Valéria disse...

Ah Wilson, quando você afirma isso, e com conhecimento de causa, só me resta comemorar, isso significa que nem tudo está perdido.
Bom saber.
Um abraço!

Anônimo disse...

Breno, atualiza ou pede pra sair, fanfarrão.