João Pessoa sem dúvida é uma cidade é bastante violenta. A taxa de homicídios é gigante quando pensamos no nosso número de habitantes. Também temos inúmeros assaltos, furtos, arrombamentos, estupros e uma das mazelas que provavelmente não foi quantificada nessa avaliação que é a violência doméstica. Um verdadeiro flagelo.
Mas vale dizer que elencar as cidades mais violentas também é uma forma de política. Dizer que ela está entre as 25 mais violentas do mundo (http://likes.com/misc/the-25-most-dangerous-cities-in-the-world) é verdade tanto quanto o é a pesquisa que nos colocou entre as dez mais violentas do mundo. A depender dos critérios sempre estaremos entre as piores.
No entanto, não posso deixar de dizer que me sinto muito mais seguro aqui do que em vários outros lugares onde só estive de passagem. Meu carro não tem alarme, nem seguro, nem fumê. Vivo saindo sozinho à noite, dirijo perto de comunidades carentes, até atravesso algumas vias que as cortam. Não temo morrer ou ser assaltado. Por quê?
Porque todas essas mortes que colocam João Pessoa na zona crítica têm um público definido. São pobres, ligados ao tráfico de drogas, às disputas do crime organizado. É verdade que pode alcançar qualquer um de nós, mas pra cada pessoa morta fora desse contexto, há mais de 100 (bem mais, eu diria) que sabem direitinho que levam a vida por um fio.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
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2 comentários:
Você esqueceu de pontuar que essas pessoas que morrem e matam são na grande maioria jovens negros ou pardos, entre 15 e 29.E esqueceu também que eles são mais vítimas que culpados, por estarem envolvidos num cotidiano violento. Esses mesmos jovens são vitimados pelo um sistema que não garante o acesso a direitos básicos, como saúde, educação e lazer. Aceitar com normalidade casual,esse extermínio, nos aproxima do conformismo paralisante dos egoístas insensíveis, que só se incomodam quando lhe atingem diretamente. Coisa que não somos não é?
Realmente 99% dos crimes tem o envolvimento com drogas e outras questões. Aqui por exemplo é muito difícil ouvir falar de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte.
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