sábado, 26 de outubro de 2013

Memórias de um moralista senil

Que tempos são estes em que a senilidade se alcança aos 35! O moralista senil do título é o que vos escreve. Alguns amigos gostam de brincar comigo porque sou o mais velho da turma de estudantes de direito do oitavo período (noite) da UFPB. Brincadeiras a parte, retiraram o senil, mas não o moralista. Curioso ser visto como moralista. Por que será?

A brincadeira começou no whatsapp (esse aplicativo é uma ideia genial!), quando disseram que, se uma postagem que vimos no grupo fosse de autoria de um amigo nosso, daria um monte de lição de moral. Nada que ouvimos é gratuito. As palavras guardam mensagens transversais. Se me veem como alguém que gosta de dar lição de moral deve ser porque já falei coisas que pareceram justamente isso. Ou fui exatamente o oposto e estão ironizando. A segunda opção não é o caso.

Fato é que já me posicionei publicamente várias vezes quando vejo uma violação de direitos ou quando o assunto entra em questões como o politicamente correto. Não sou muito de ir com a maioria. Se estivesse satisfeito com o que está posto não faria parte de movimentos que lutam por transformação. Quero me pautar pelo combate às opressões, por menos desigualdade, por educação, saúde e harmonia para todos e entre todos.

Quero também não passar em branco. Não ser mais um que viu e nada fez. Quero ser útil. Não compro o discurso fácil dos pseudo profissionais de televisão que dizem que direitos humanos são para humanos direitos. Não acho que estou imune a cometer qualquer ato que as pessoas apontem como inaceitável. Humano, demasiadamente humano. Eu sou apenas um entre tantos que acredita que a diferença se constrói todo dia. Prefiro aparentar moralismo (sabendo que não traduz minha luta, muito pelo contrário) do que parecer inerte.

Se fosse reconstruir minha jornada certamente tentaria apagar algumas páginas, palavras, gestos. Remodularia principalmente algumas entonações. Já magoei muitas pessoas com o que disse. Quanta violência cabe numa sentença? Mas sei que o caminho que escolhi é o que me parece mais adequado. Não é perfeito, mas está dentro do que posso fazer. E como já vejo os frutos das escolhas que fiz, de uma coisa estou certo: é para frente que vou.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

João Pessoa entre as 25 mais violentas cidades do mundo

João Pessoa sem dúvida é uma cidade é bastante violenta. A taxa de homicídios é gigante quando pensamos no nosso número de habitantes. Também temos inúmeros assaltos, furtos, arrombamentos, estupros e uma das mazelas que provavelmente não foi quantificada nessa avaliação que é a violência doméstica. Um verdadeiro flagelo.

Mas vale dizer que elencar as cidades mais violentas também é uma forma de política. Dizer que ela está entre as 25 mais violentas do mundo (http://likes.com/misc/the-25-most-dangerous-cities-in-the-world) é verdade tanto quanto o é a pesquisa que nos colocou entre as dez mais violentas do mundo. A depender dos critérios sempre estaremos entre as piores.

No entanto, não posso deixar de dizer que me sinto muito mais seguro aqui do que em vários outros lugares onde só estive de passagem. Meu carro não tem alarme, nem seguro, nem fumê. Vivo saindo sozinho à noite, dirijo perto de comunidades carentes, até atravesso algumas vias que as cortam. Não temo morrer ou ser assaltado. Por quê?

Porque todas essas mortes que colocam João Pessoa na zona crítica têm um público definido. São pobres, ligados ao tráfico de drogas, às disputas do crime organizado. É verdade que pode alcançar qualquer um de nós, mas pra cada pessoa morta fora desse contexto, há mais de 100 (bem mais, eu diria) que sabem direitinho que levam a vida por um fio.

sábado, 12 de outubro de 2013

Dos perigos de um sábado na frente da TV

Dia de sábado pra quem assiste TV é assim:

1- Você tem TV por assinatura e escolhe sua programação. (Dos 90 canais uns 5 ou 6 tem alguma coisa boa de verdade).

2- Você tem TV aberta e gosta de futebol a ponto de ver a transmissão de um jogo da série B e se empolga com isso. (Palmeirenses pira!)

3- Você procura um canal de TV pública e encontra alguma coisa razoavelmente assistível.

4- Você mandas às favas seu cérebro e começa a se drogar com a programação aberta.



Agora pense na grandeza de nossa antiga Terra de Vera Cruz e me responda qual destas quatro opções tem mais espectadores. Isso mesmo.