A sala de aula é um mundo. Em tese, um espaço de ensino-aprendizagem, com estudantes e professores. Entre a proposta da educação institucionalizada e a realização da proposta há uma distância considerável. Vamos considerar alguns pontos:
Quem é o professor?
O que fazem lá os estudantes?
A quem serve o sistema?
Minhas respostas a essas perguntas não encerram questão alguma, mas aí vai um pouco de opinião tendo em vista minha prática de ensino (sou professor de Artes - Música em uma escola municipal de João Pessoa).
O professor é um profissional treinado em uma instituição de ensino superior ou equivalente ao conteúdo ministrado. Ele trabalha para conduzir o estudante pelo universo complexo do conhecimento. Seu salário é mais baixo do que deveria ser, seja professor de uma escola pública ou de uma escola privada.
O professor enfrenta a opressão da escola, que exige resultados e lida com as dificuldades de ensinar um grupo heterogêneo em vários aspectos. Alguns aprendem com facilidade, outros não, no entanto, a aula não pode ser individual.
Os estudantes são muito diferentes entre si, embora tenham coisas em comum. Cada um carrega sua história de vida, temperamento, vida doméstica, participação ou ausência dos pais. Eles são obrigados a aprender o conteúdo oferecido, ainda que prefiram outros assuntos.
Também estão limitados a um calendário escolar, com a agenda semanal de aulas. Eles não escolhem os colegas de sala, antes são inseridos onde quer que lhes coloquem. Embora exista a crença que estão na escola essencialmente para aprender, eu diria que estão muito mais cumprindo uma etapa da vida do que necessariamente aprendendo.
E o sistema? A quem serve? O sistema é profissionalizante. Mesmo que o ensino permeie uma proposta cidadã, libertária, não podemos perder de vista que atende à necessidade de "domesticar" os espíritos para que se adequem a uma vida em sociedade. E que sociedade é esta? Como diria Zé Ramalho sobre a Terceira Lâmina: é aquela que fere! É a sociedade que limita o ser humano à condição de trabalhador/consumidor.
O ser humano tem que trabalhar para que seu país cresça(?). Crescer é o mesmo que ter uma economia forte, que atende aos interesses da classe dominante. Nesse sentido, a escola está aí para preparar esses futuros trabalhadores, que saberão multiplicar o lucro e receberão um salário por isso. E assim, o dinheiro fará todos felizes. O que mais importa?
Resignificar tudo isso é o que mais importa.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
sábado, 12 de maio de 2012
O direito achado nas fábulas
Provavelmente estamos com bastante tempo livre, sem muitas provas para estudar, daí o texto abaixo da Srta. Rayanne Aversari postado no Facebook:
Hoje ouvi uma piada sobre gênio da lâmpada e lembrei instantaneamente da discussão extremamente inútil que estava tendo esses dias na universidade, acerca da LEGALIDADE de pedir ao gênio mais pedidos. hahahaha
Falaram em impossibilidade jurídica do objeto, mas na verdade trata-se de impossibilidade física ou material, uma vez que a prestação não poderá ser obtida ou efetuada por contrariar as leis da natureza, e não por se tratar de objeto proibido por lei.
No mais, acho melhor voltarmos a discutir os ilícitos ocorridos nos filmes (como fizemos com x men first class) de acordo com nosso ordenamento jurídico, pois tem muito mais futuro que discutir sobre gênio. hahahha
Minha humilde contribuição:
Para tratar de gênios vamos recorrer ao mundo das fábulas, pois considero o "Código" adequado.
Dos fatos: Alladin encontra o gênio e este lhe oferece três desejos. Alladin pondera um pouco, usa uma estratégia que sem desejar nada faz com que o gênio exiba seu poder. Enganado, o gênio começa a realizar desejos, mas Alladin alega que ainda não havia desejado nada. Finalmente, quando está prestes a fazer o primeiro pedido, Alladin percebe a situação do gênio - condenado a viver em um lâmpada e a realizar três desejos para que momentaneamente o "liberta" - deseja que aquele seja livre. Como recompensa, ganha a amizade do gênio, que lhe rende desejos sem limites.
Do Direito: Aos gênios cabe realizar três desejos daquele que encotrar sua lâmpada e a esfregar.
Do pedido: Solicitamos ao ministro do Tribunal dos Gênios, com base na eficácia horizontal dos direitos fundamentais, que os gênios - grupo vulnerável, a saber os encarcerados - sejam libertos da condição de eternos presos e, quando "livres", condenados a realizar desejos humanos em condição análoga a de escravos. Recomendamos que os legisladores tracem limites para que a sociedade possa conviver com seres de tamanho potencial. Sem mais, pedimos deferimento.
Hoje ouvi uma piada sobre gênio da lâmpada e lembrei instantaneamente da discussão extremamente inútil que estava tendo esses dias na universidade, acerca da LEGALIDADE de pedir ao gênio mais pedidos. hahahaha
Falaram em impossibilidade jurídica do objeto, mas na verdade trata-se de impossibilidade física ou material, uma vez que a prestação não poderá ser obtida ou efetuada por contrariar as leis da natureza, e não por se tratar de objeto proibido por lei.
No mais, acho melhor voltarmos a discutir os ilícitos ocorridos nos filmes (como fizemos com x men first class) de acordo com nosso ordenamento jurídico, pois tem muito mais futuro que discutir sobre gênio. hahahha
Minha humilde contribuição:
Para tratar de gênios vamos recorrer ao mundo das fábulas, pois considero o "Código" adequado.
Dos fatos: Alladin encontra o gênio e este lhe oferece três desejos. Alladin pondera um pouco, usa uma estratégia que sem desejar nada faz com que o gênio exiba seu poder. Enganado, o gênio começa a realizar desejos, mas Alladin alega que ainda não havia desejado nada. Finalmente, quando está prestes a fazer o primeiro pedido, Alladin percebe a situação do gênio - condenado a viver em um lâmpada e a realizar três desejos para que momentaneamente o "liberta" - deseja que aquele seja livre. Como recompensa, ganha a amizade do gênio, que lhe rende desejos sem limites.
Do Direito: Aos gênios cabe realizar três desejos daquele que encotrar sua lâmpada e a esfregar.
Do pedido: Solicitamos ao ministro do Tribunal dos Gênios, com base na eficácia horizontal dos direitos fundamentais, que os gênios - grupo vulnerável, a saber os encarcerados - sejam libertos da condição de eternos presos e, quando "livres", condenados a realizar desejos humanos em condição análoga a de escravos. Recomendamos que os legisladores tracem limites para que a sociedade possa conviver com seres de tamanho potencial. Sem mais, pedimos deferimento.
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