- Breno, tem oficina sem facilitador. Fica na de Danças Circulares?
- Danças circulares? Logo eu?!
Essa conversa aconteceu ontem (28), pouco antes do início das oficinas do I Fiascu (Festival Interdisciplinar de Arte, Sociedade e Cultura da UFPB). O leque de oficinas era ótimo! Caricatura, Hip Hop, Teatro do Oprimido, Fotografia e... Danças Circulares.
Falando sério: se fosse para optar entre uma delas, Danças Circulares seria a minha última ou penúltima opção. Também não me motivei muito com Hip Hop... Não me julgo ágil o bastante para a coisa!
Mas qual foi minha surpresa! Que tarde marcante! A oficina de Danças Circulares foi muito além de uma pura e simples ciranda. Nos dedicamos ao apredizado de danças étnicas com o professor Guga Limeira. Professor desde os 11 anos! Hoje, aos 17, esbanja conhecimento, fluidez, domínio do corpo e didática.
Guga nos trouxe um repertório colhido ao longo destes anos em que viajou Brasil afora em workshops, encontros e festivais. Música de primeira! Fica o conselho: não peça uma cópia dos arquivos. Como ele mesmo explica: Eu tive que viajar bastante para conseguir esse material. Não posso cedê-lo assim. #achojusto
Entre o que aprendemos, danças judaicas, ciganas, celtas, hindus... nem lembro a origem das outras. O que lembro é que havia um sentimento de integração, alegria e paz. É verdade que algumas das músicas têm nelas aspectos religiosos. Céticos e militantes de algum credo específico podem torcer o nariz. Desnecessário. A música e a dança têm mais a oferecer do que porfias filosóficas ou de crenças.
A oficina continua hoje e sexta-feira (30), sempre a partir das 14h, no CCJ da UFPB. Quem quiser se surpreender, participe!
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
domingo, 25 de setembro de 2011
O preso e (é?) você
Há tempos que eu me questiono qual o sentido da pena privativa de liberdade. Aquela velha história de "escola de bandidagem" é tão falada, mas parece não interferir na vontade coletiva de se vingar do "cabra safado".
Pensar em um mundo com menos prisão e mais reintegração social é imprescindível. De que adianta cultivar uma massa de revoltados nos presídios e nos lares que eles deixaram para trás?
Se você acha que esse papo de preso não é com você, pense nisso quando olhar mil vezes para todos os lados ao sair de casa, ou quando entrar no carro ou pegar um ônibus, ou ao investir mundos e fundos em seguro, cercas elétricas, alarmes, travas. Como diz O Rappa: "As grades (...) também trazem a dúvida se é você que está nessa prisão".
Eu e o professor Nelson Gomes Junior escrevemos o texto abaixo. A causa é nobilíssima: divulgar um evento voltado para pessoas cotidianamente marginalizadas. Quem são elas? Familiares de presos. A programação começa no dia 1º de outubro. Serão quatro sábados.
Universitários e familiares de presos discutem direitos humanos e a questão carcerária na Paraíba
Em outubro, durante quatro sábados e por meio de oficinas sobre Subjetividade e Direitos Humanos, serão desenvolvidos grupos de apoio psicossocial com familiares de pessoas presas. O primeiro encontro acontece no próximo sábado (1º), às 9h, na Antiga Faculdade de Direito da UFPB, localizada na Praça João Pessoa, Centro da Capital.
A ação, vinculada ao Centro de Referência em Direitos Humanos, é parte do Projeto de Extensão da UFPB intitulado "Subjetividade e Direitos Humanos: Apoio Psicossocial e Monitoramento das Condições do Cárcere na Paraíba", coordenado pelo professor Nelson Gomes Junior, do Departamento de Ciências Jurídicas.
Serão realizados encontros com o objetivo de contribuir para melhoria da qualidade de vida dos familiares de pessoas presas por meio do diálogo e troca de experiências. Também é objetivo do projeto prestar esclarecimentos e orientações sobre os direitos que possuem os presos e seus familiares, além de ajudar as pessoas a reagir às violações cotidianas desses direitos.
O projeto, que conta com as parcerias da Pastoral Carcerária e da DIGNITATIS - Assessoria Técnica Popular, oferecerá gratuitamente almoço a todos os participantes.
As incrições são gratuitas e podem ser feitas no Centro de Referência em Direitos Humanos da UFPB através do telefone 3241-5900.
PS: O professor Nelson Gomes (83) 8111 1344 está disponível para esclarecimentos e entrevistas.
Pensar em um mundo com menos prisão e mais reintegração social é imprescindível. De que adianta cultivar uma massa de revoltados nos presídios e nos lares que eles deixaram para trás?
Se você acha que esse papo de preso não é com você, pense nisso quando olhar mil vezes para todos os lados ao sair de casa, ou quando entrar no carro ou pegar um ônibus, ou ao investir mundos e fundos em seguro, cercas elétricas, alarmes, travas. Como diz O Rappa: "As grades (...) também trazem a dúvida se é você que está nessa prisão".
Eu e o professor Nelson Gomes Junior escrevemos o texto abaixo. A causa é nobilíssima: divulgar um evento voltado para pessoas cotidianamente marginalizadas. Quem são elas? Familiares de presos. A programação começa no dia 1º de outubro. Serão quatro sábados.
Universitários e familiares de presos discutem direitos humanos e a questão carcerária na Paraíba
Em outubro, durante quatro sábados e por meio de oficinas sobre Subjetividade e Direitos Humanos, serão desenvolvidos grupos de apoio psicossocial com familiares de pessoas presas. O primeiro encontro acontece no próximo sábado (1º), às 9h, na Antiga Faculdade de Direito da UFPB, localizada na Praça João Pessoa, Centro da Capital.
A ação, vinculada ao Centro de Referência em Direitos Humanos, é parte do Projeto de Extensão da UFPB intitulado "Subjetividade e Direitos Humanos: Apoio Psicossocial e Monitoramento das Condições do Cárcere na Paraíba", coordenado pelo professor Nelson Gomes Junior, do Departamento de Ciências Jurídicas.
Serão realizados encontros com o objetivo de contribuir para melhoria da qualidade de vida dos familiares de pessoas presas por meio do diálogo e troca de experiências. Também é objetivo do projeto prestar esclarecimentos e orientações sobre os direitos que possuem os presos e seus familiares, além de ajudar as pessoas a reagir às violações cotidianas desses direitos.
O projeto, que conta com as parcerias da Pastoral Carcerária e da DIGNITATIS - Assessoria Técnica Popular, oferecerá gratuitamente almoço a todos os participantes.
As incrições são gratuitas e podem ser feitas no Centro de Referência em Direitos Humanos da UFPB através do telefone 3241-5900.
PS: O professor Nelson Gomes (83) 8111 1344 está disponível para esclarecimentos e entrevistas.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Prometo que vou dormir
Acho que já se vão uns 50 dias sem dormir como os seres humanos normais e outros mamíferos que habitam esta terra. Ansiedade? Nem sei. O que importa é que foram 50 dias excelentes. As fases boas da vida devem ser vividas com o máximo de intensidade. Sei que outro vale virá e quando ele chegar, quero trazer à memória cenas dos momentos que tenho experimentado agora.
Não dormir na hora certa tem os seus deleites. Também tem muita cobrança. "Você precisa dormir!" "Por que você não toma um remedinho natural?" "Já foi ao médico?" "Não está dormindo por quê?" Respectivamente, respondo (ou responderia) assim: É; Tenho trauma com remédios; Já. Para dois, um em Recife, outro aqui em João Pessoa e descobriram que sou normal; Não sei. Acho que ansiedade. Tô com sede de viver.
O lado bom é que tenho mais horas em cada dia. Uso mais a internet no melhor horário: de madrugada, com pouca conversa, muita leitura e aquele lindo do Youtube! Pena que durmo durante as aulas quase sempre. Trabalhar depois do almoço também não tem sido mil maravilhas.
Mas viver é bom, já disse Belchior. E com tudo o que está acontecendo, apaixonado, adorando quase tudo que faço, só posso dizer que estou feliz. O sono pode esperar.
Não dormir na hora certa tem os seus deleites. Também tem muita cobrança. "Você precisa dormir!" "Por que você não toma um remedinho natural?" "Já foi ao médico?" "Não está dormindo por quê?" Respectivamente, respondo (ou responderia) assim: É; Tenho trauma com remédios; Já. Para dois, um em Recife, outro aqui em João Pessoa e descobriram que sou normal; Não sei. Acho que ansiedade. Tô com sede de viver.
O lado bom é que tenho mais horas em cada dia. Uso mais a internet no melhor horário: de madrugada, com pouca conversa, muita leitura e aquele lindo do Youtube! Pena que durmo durante as aulas quase sempre. Trabalhar depois do almoço também não tem sido mil maravilhas.
Mas viver é bom, já disse Belchior. E com tudo o que está acontecendo, apaixonado, adorando quase tudo que faço, só posso dizer que estou feliz. O sono pode esperar.
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