Querido presidente,
Lembro como se fosse ontem quando nos encontramos em março de 2000, num voo que partiu de São Paulo com destino a Natal. Eu estudante de jornalismo e o senhor presidente de honra do PT. Com muita educação e um pouco de ousadia, me apresentei e pedi que o senhor concedesse uma entrevista para o site da minha turma, o Redação 99.1. O senhor foi extremamente solícito, respondeu minhas perguntas e me surpreendeu com a qualidade das respostas.
Daquele dia em diante, eu, que já o admirava, fiquei ainda mais impressionado com sua inteligência. Pobre daqueles que o chamavam de analfabeto. Ignorantes eram (e são) os que lhe julgavam (julgam) sem o conhecer.
Com esperança em um Brasil diferente votei no senhor. Colaborei com sua eleição e reeleição. O senhor é um estadista e para sempre será lembrado na história de nosso País.
A esta altura o senhor deve estar se perguntando porque um título tão agressivo para uma carta tão elogiosa. Explico: em nome da governabilidade e das próximas eleições o senhor cruzou o meu limite do aceitável. O que o senhor permitiu no caso José Sarney é completamente vergonhoso. Gostaria de dizer no título "Lula, você morreu de vergonha", mas não corresponderia à verdade.
Imagino que a mosca azul, este terrível parasita, tenha o contaminado. Tenha o ferido com doença e doença de morte. Eu estou não apenas decepcionado com o senhor, mas comigo mesmo enquanto cidadão. Ajudei a construir um projeto que se propunha a mudar os rumos do Brasil. É verdade que avançamos. Palmas para o senhor. Mas como disse, o senhor cruzou o meu limite. Não consigo mais acreditar em políticos bons. Não existem. Talvez Pedro Simon seja uma anomalia neste sistema.
Às vezes tenho vontade de ser político. Só para saber até onde eles me permitiriam falar. Mas só de pensar que é preciso me filiar a um partido ou fundar um nanico (tenho um preconceito terrível com partidos nanicos) para realizar esta vontade, a deixo logo de lado. Lula, você não é nenhum messias, mas, por favor, ressuscite.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
O povo brasileiro é muito inocente. Esperavam que Lula fosse algo como Sasá Mutema ou Cristo?! Lula é bom. Esperar que ele fosse perfeito, é, no mínimo, querer viver uma fantasia.
Postar um comentário