domingo, 28 de junho de 2009

Porque sou a favor de cotas para negros

Antes de mais nada, devo dizer que durante muito tempo fui radicalmente contra cotas para negros para o ingresso nas universidades públicas do Brasil. Por que mudei de ideia? Explico abaixo:

Mudei de ideia quando assisti a uma entrevista em que uma mulher apresentava os dados dos cotistas e mostrava que o desempenho acadêmico deles era igual ou superior ao dos que entraram sem cotas. Parei para refletir: uma vez graduado, o que me interessará naquele profissional? O fato dele resolver o problema para mim ou o modo como ele ingressou na universidade?

Comecei a perceber que esse receio que eu tinha de se criar um racismo que ainda não existe por aqui ou instaurar a segregação nos moldes sul-africanos de algumas décadas atrás era bobagem.

Outro questionamento: temos um ministro no STF que é negro. Ele é bom? Por que somente agora temos um negro na mais alta côrte da Justiça? Ele foi o primeiro negro a ser capaz de ocupar esse cargo? Ou foi mesmo necessário uma decisão política para mudar o curso da História?

Constatação real: negros não têm as mesmas oportunidades. Nós brancos preferimos abrir portas para nossos iguais em aparência. Exemplo prático: em uma situação em que dois funcinários têm a mesma competência e pleiteiam uma única vaga disponível, o branco leva vantagem. Isso é racismo! É mesmo. Mas como capitalista, o patrão irá pensar naquele que terá mais aceitação entre qualquer cliente que procurar sua loja.

Nós aprendemos desde pequeno que o padrão universal de beleza está em figuras como Branca de Neve, A Bela (de A Bela e a Fera), a sereia Ariel e seus cabelos sedosos. Alguém pode me dizer o nome de três supermodelos negras? Cito com facilidade até cinco Giselles, Adrianas, Anas, Danielles, Fernandas, entre outras que sabemos sua quantidade de melanina.

Aí você esbraveja: tem que melhorar a escola pública! Tem sim. Com certeza. Mas também aprendi que entre dar o peixe e ensinar a pescar, dê primeiro o peixe porque com fome ele morre antes de aprender a primeira lição. Em outras palavras, medidas emergenciais como as cotas são concumitantes às medidas à longo prazo como a reestrturação do ensino público brasileiro.

Vamos deixar de hipocrisia. O racismo não será criado com as cotas. Ele já existe e dificulta a vida de muita gente. Mais negros graduados e financeiramente mais favorecidos só melhorará a aceitação de sua cor. É claro que uma lei de cotas deve ser mais abrangente que só o simples fenótipo. Outros fatores também precisam ser considerados para que ninguém diga que "aquele nego rico entrou no meu lugar".

Do jeito que está não dá para continuar. Temos que interferir até que as cotas não sejam mais necessárias. Por enquanto são. E qualquer branquinho como eu que tivesse nascido negro seria mais aberto a perceber a importância das cotas.

Amanhã (segunda-feira , 29 de junho), às 20h00, teremos um debate sobre cotas na webrádio: www.radiopibjovem.com.br
Não percam!


UPDATE!

Coluna Radar
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/177729_comentario.shtml

BRASIL
Cotas: agora vai?


O projeto que cria cotas em todas as universidades públicas é o primeiro item da pauta de hoje da Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

A tendência é que seja votado um novo texto proposto pelo senador Demóstenes Torres, presidente da comissão, que cria apenas a cota social - ou seja, o projeto original com cotas raciais estaria descartado. Demóstenes quer a reserva de 50% das vagas das universidades públicas exclusivamente para estudantes pobres formados em escolas públicas, independentemente da etnia.

Demóstenes considera o racista projeto original, que previa cotas para negros e índios.

Caso passe pela CCJ, a medida segue para o plenário.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Qualidade com diploma

Por Cristiane Rodrigues

A Revista Veja, desta semana, traz um texto intitulado “Qualidade sem diploma”, na seção denominada “Carta ao leitor”, que trata acerca da recente decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a não exigência do diploma de jornalismo. Fiquei indignada com o que li.

Do meu ponto de vista, o grande equívoco que surgiu, durante o julgamento, foi em decorrência da distinção entre atividade jornalística e a liberdade de expressão prevista pela Constituição Federal de 1988.

O Supremo Tribunal Federal decidiu, por maioria, que é inconstitucional a exigência do diploma de jornalismo e registro profissional no Ministério do Trabalho como condição para o exercício da profissão de jornalista. O STF declarou a não recepção pela CF/88 do artigo 4º, inciso V, do Decreto Lei n. 972/1969.

O jornalismo é uma atividade técnica, que exige algumas especificações. O jornalista, quando vai realizar uma reportagem, por exemplo, deve relatar apenas o fato como este realmente ocorreu, ouvindo as partes e colhendo as informações pertinentes para o caso, evitando o sensacionalismo barato. Em hipótese nenhuma, deverá emitir sua opinião, pois se assim o fizer, não estará fazendo uma reportagem e sim um artigo ou tecendo um comentário. Portanto, está claro, que o jornalista não tem “a liberdade de expressão” para escrever o que bem entender.

Por outro lado, a exigência do diploma de jornalista não impede que todos aqueles que queiram colaborar com seus conhecimentos, sejam eles no campo da economia, ciência, do direito, das artes, da moda, do esporte, enfim de qualquer área, possam contribuir. Essas pessoas, no meio jornalístico, são chamadas de colaboradores, comentaristas, articulistas e cronistas.
Na minha opinião, jornalismo e liberdade de expressão, ao contrário do que pensam os ministros do STF, a exceção do ministro Marco Aurélio, devem ser pensados e tratados de forma separada. Data vênia senhores ministros, mas manifestar conhecimento ou pensamento não é fazer jornalismo. Este vai muito mais além.

Outro ponto que merece ser lembrado é no que diz respeito as faculdades de jornalismo. Estas, ao contrário do que trouxe o texto da Revista “Veja”, vão se esvaziar, pois se para exercer a profissão de jornalismo não será mais exigido o diploma, quer dizer, em outras palavras, que não será mais preciso enfrentar um vestibular, se dedicar de quatro a cinco anos em uma faculdade para ser jornalista. Conclui-se que as faculdades estão com os dias contados. Só cego não vê.

Uma decisão como essa do STF, em pleno século XXI, em que todos buscam a qualificação, a especialização é realmente lamentável. Um verdadeiro desestímulo ao conhecimento técnico-científico.

* Texto publicado na página de Opinião da edição de hoje (26/06/09).

PS: Concordo com quase tudo, exceto a parte que o jornalista não pode exprimir opinião. Há meios de fazer isso em uma reportagem, sem, necessariamente, que o texto se torne um artigo opinativo.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Pico de audiência

Como alguns leitores daqui sabem, no ano passado passei oito meses sem escrever uma vírgula sequer neste blog. Problemas pessoais me impediram de ter vontade de postar. Estava retraído, acuado, sem vontade de me expressar. Mas isso já passou. Deus seja louvado!

O curioso é que em pleno período de afastamento, um cara que escreve para o site Papo de Homem, da Lifestyle Magazine - nome dele é Guilherme Nascimento Valadares - escreveu um post em que linka um dos textos mais legais que já coloquei por aqui, "O milagre de Daigo".

Minha audiência, que oscila entre oito e doze visitantes por dia - a maioria vindo de pesquisas do Google e sem ter a mínima ideia de quem sou - disparou para 83 visitantes. Fato inédito. Creio que o meu segundo pico aconteceu semana passada com o texto sobre o diploma de jornalismo e a decisão do STF, 42 vieram ler.

Coloquei um outro post aqui que achei que daria alguma repercussão. Me refiro ao que está justamente abaixo deste aqui: uma entrevista com Richard Stallman, o criador do movimento pelo software livre, pai do GNU/Linux. Parece que os nerds já sabem o suficiente sobre Stallman e ninguém comentou. Mas quem sabe daqui a alguns meses um Guilherme da vida vai achar meu post e dar um up no contador deste blog?

Guilherme, obrigado pela visita e pelo link! Este post é o modo que encontrei para lhe agradecer.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

"Você não controla o seu PC"

Richard Stallman diz que usuário não tem liberdade; "papa" do software livre faz palestra hoje em JP
Breno Barros
*Matéria publicada na edição de domingo (21/06) do Correio da Paraíba

Quem controla o seu computador pessoal? Para Richard Stallman, criador do movimento pelo software livre, todos os usuários de software proprietário são controlados pelos fabricantes destes programas. Principal convidado do 3º Encontro de Software Livre da Paraiba (Ensol), Stallman está na Paraíba fazendo o que virou sua bandeira de luta: disseminar a liberdade do usuário de tecnologia. Seu conceito de liberdade e dos seguidores de seu movimento é que apenas através de software em que o usuário tenha acesso ao código-fonte para usá-lo, copiá-lo, estudá-lo, modificá-lo e redistribuí-lo sem nenhuma restrição os usuários de tecnologia podem ser livres.

Embora algumas estatísticas apontem que em apenas 2% dos computadores desktop o sistema operacional seja um software livre como GNU/Linux ou FreeBSD, o tema tem chacoalhado o mercado de tecnologia de todo o mundo e levado milhões de jovens programadores a se engajar voluntariamente na causa. Na Paraíba, o 3º Ensol teve quase mil inscritos, entre profissionais e estudantes de Ciências da Computação e curiosos ou simples usuários. Desde quinta-feira, eles debatem saídas para a difusão, uso e negócios com software livre.

Hoje, às 10h00, na Estação Ciência Cabo Branco, o agente embrionário do "free software" em nível mundial, Richard Stallman, ministrou uma palestra sobre "Software Livre na Ética e na Prática". Em entrevista exclusiva ao Jornal Correio, o programador nova-iorquino explicou a essência de sua militância.

Correio da Paraíba: Gostaria que o senhor se apresentasse aos leitores.
Richard Stallman: Eu sou Richard Stallman e fundei o movimento pelo software livre em 1983. É um movimento pela liberdade das pessoas que usam software.

CP: Qual o primeiro passo que o senhor deu para criar este movimento?
RS: A primeira coisa que fiz foi anunciar um plano. Eu disse: vou desenvolver um sistema operacional completamente livre. E procurei por pessoas que talvez pudessem ajudar. E por que desenvolver o sistema operacional assim? Porque o computador não pode fazer nada sem um sistema operacional e naquela época todos os sistemas era subjugados às empresas fabricantes.

CP: Você quer dizer Unix?
RS: Unix era um dos exemplos, mas todos os outros também eram software proprietário. Então significava que era impossível usar o seu computador sem submeter sua liberdade ao sistema operacional e isso valia também para os aplicativos. As pessoas usam aplicativos diferentes, mas todas têm que optar por um sistema operacional. Quando eu disse que desenvolveria um sistema operacional totalmente livre, eu pensei em tornar possível o uso do computador com essa liberdade.
CP: Então você criou o GNU.
RS: Eu decidi fazer um sistema operacional como o Unix porque parecia uma boa ideia em termos técnicos e práticos. Mas isso são só detalhes técnicos que não importam. O que realmente importa é que o sistema que eu criaria não seria como o Unix porque seria livre e o Unix não é. Então o sistema foi chamado GNU, que significa “GNU Não é Unix”, isso é humor de programador.

CP: Como você difunde suas idéias quanto ao uso de software livre?
RS: Eu dou palestras, entrevistas como essa, publico artigos e converso com as pessoas. Todas as várias maneiras que me parecerem útil para fazê-lo. As pessoas têm conferências sobre software livre como o Ensol, e isso só contribui para difundir nossas ideias.

CP: Você ainda tem tempo para desenvolver software?
RS: Agora não tenho mais. Estou ficando velho. Minha memória não está tão boa quanto já foi. Para trabalhar num programa grande o que você realmente precisa é lembrar do que já fez. Você precisa lembrar de muitos e muitos detalhes de como cada parte do programa funciona e como elas se relacionam com outras partes. Eu não lembro disso como lembrava há 20 anos.

CP: Você é casado? Tem filhos?
RS: Nunca casei e não quero ter filhos. Ter filhos é um peso tremendo. As pessoas que têm filhos passam o resto das vidas tentando desesperadamente ter dinheiro, então, em sua essência, eles se tornam escravos do dinheiro. Eu não quero que o dinheiro controle minha vida. Eu quero ser capaz de fazer alguma coisa que é realmente boa e importante, em vez de alguma outra que alguém me pagará para fazê-la.

CP: O que você estudou na faculdade?
RS: Física. Não tinha nada a ver com o que eu faço hoje.
CP: Você nasceu em Boston, onde reside atualmente?
RS: Nasci em Nova York e passei toda a infância lá. Fiquei fascinado por computadores assim que ouvi falar deles, mas naquela época computadores eram poucos e caríssimos. Nunca vi um quando era criança. A primeira vez que vi um foi no último ano do meu Ensino Médio. Eu comecei a visitar um laboratório da IBM onde eles tinham um computador.

CP: E hoje eles odeiam você?
RS: Eles não me odeiam. A IBM não é nem a nossa melhor amiga nem nossa maior inimiga. A IBM contribui para os software livre algumas vezes, mas também fabricam software proprietário.

CP: Você usa algum software proprietário?
RS: Não. Eu já escapei. Eu vivo a liberdade e no meu computador é completamente composto por software livre.

CP: Como é o trabalho da Free Software Foundation (Fundação para o Software Livre)
RS: A FSF está focada atualmente em chamar a atenção pública para coisas que põem em risco a nossa liberdade, como, por exemplo, as funções maliciosas incluídas nos software proprietário para restringir os usuários. Organizamos protestos contra isso. Também temos uma campanha contra patentes nos programas.

CP: O que o senhor gostaria de dizer aos usuários de tecnologia que irão ler esta entrevista?
RS: Nós sabemos que os computadores fazem o que as pessoas dizem que eles façam. Mas quem diz a seu computador o que fazer? Você pode pensar que é você. Mas isso não é verdade de fato se você usar um software proprietário porque a empresa que o desenvolveu é quem realmente decide o que isso irá fazer e o que não fará. Então é o fabricante que está no controle do seu PC. Isso não está certo e nunca deveria acontecer. Você deveria estar no controle de suas ações ao computador e a maneira de fazer isso acontecer é usar seu computador com software livre somente. O alvo de nosso movimento é colocar um fim nesta prática danosa e injusta dos software proprietário.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Jornalistas de luto

O que é liberdade de expressão? Em nome da liberdade de expressão pode-se desregularizar uma profissão? Apenas um ministro da maior instância do Poder Judiciário no Brasil defendeu a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Um contra oito. É surpreendente como os sábios de um Tribunal compararam a prática jornalística a uma atividade básica da sobrevivência humana: cozer alimentos. É surpreendente que os abaixos-assinados, as instituições de educação superior, grande parte da categoria e suas principais entidades representativas tenham sido simplesmente ignorados em nome de argumentos fabricados por homens de negócio, que pensam que o jornalismo precisa apenas de liberdade de expressão.

Mais do que a simples expressão de ideias, a prática do jornalismo envolve esmero técnico, ética, compromisso com a verdade, isenção total de preconceitos e a mediação de quaisquer lados que estejam envolvidos no fato midiático. Jornalismo não é brincadeira, nem é simples como fritar um ovo, Senhor Ministro! É uma profissão delicada que pode causar grandes danos à sociedade se praticada por maus jornalistas. Seria clichê lembrar o caso da Escola Base. Mas constitui um registro na história recente do que o jornalismo pode fazer quando erra.

Os cursos superiores de Jornalismo são uma novidade no Brasil. Chegamos atrasados nesse sentido. Mas desde que implantados – excetuando as empresas de educação caça-níqueis – têm contribuído para que se desenvolva o pensamento crítico, a ética e os demais valores essenciais à expectativa da sociedade civil quanto a nós jornalistas. O ambiente universitário, plural por natureza, oferece ao aluno as múltiplas visões imprescindíveis a uma mente que se dedicará a levar à sociedade informação com qualidade e respeito.

Não somos contra a liberdade e há espaço nas páginas dos periódicos para aqueles que não são formados em Jornalismo tornarem público seus posicionamentos, anseios e ideias. Mas expressar ideias não faz do indivíduo um repórter, fotojornalista ou editor. Outras qualificações são implícitas a estas funções e um bom curso universitário pode oferecê-las a quem estiver disposto a aprendê-las.

Outras profissões continuam lutando pela regulamentação de suas categorias. Ao acabar com a exigência do diploma para o jornalismo, recuamos vergonhosamente. É emblemático o caso dos profissionais de advocacia. Nem mesmo a graduação em Direito o outorga para a prática. Precisa ser referendado pela Ordem dos Advogados do Brasil. Se fosse necessário apenas o conhecimento de leis, normas e afins não poderíamos também pensar em extinguir a exigência do diploma e, por analogia, da carteira da OAB? Mas o Direito será poupado. O Jornalismo não foi.

Com a decisão histórica do dia 17 de junho de 2009 o Supremo Tribunal Federal contribuiu para duas mazelas: o exercício do jornalismo por pessoas sem competência aferida e o paulatino declínio dos já defasados salários dos jornalistas. Estamos de luto.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Menas pressão

Se eu não colocar um título provocativo ninguém lê! Eu adoro falar "menas". Colocou um pausa logo após o "s" pra ficar evidente que eu estou falando errado. Acho engraçado como todo mundo espinafra o menas, mas aceita bem o "meia". Essa música é meia chata! MEIA chata! Meia hora vai bem, meia de algodão também, mas meia chata não vem que não tem!

Saindo do introito para o post em si... Dia de trabalho sem pressão é bom e é ruim. Bom porque dá pra fazer tudo o que você quer fazer na internet, mas não pode quando está ocupadíssimo com as pautas, telefonemas, visitas, entrevistas etc. Por outro lado, aquela matéria de gaveta, que está programada pra sair daqui a uns 15 dias ou mais e poderia ser concluída agora não avança uma linha. Por quê? Porque não tem pressão! Porque pode ficar pra depois.

O cotidiano das redações é tão intenso que quando vem um dia como hoje, que a matéria da capa já está com outro repórter e o espaço da página interna já foi ocupado com outros textos, qualquer repórter estranha. Penso nas matérias do dia que vão ficar de fora, como a exibição de "Uma verdade inconveniente" no Casarão 34 ou a apresentação de "Vau da Sarapalha" em Sousa, mas já me acostumei com o espaço do jornal. Bendita seja a internet pra nos dar voz e vez nessas horas.