sexta-feira, 28 de outubro de 2005
Insônia. De novo?
Terminei de escutar o CD de Alceu Valença da coleção Obras Primas. Estava tentando adormecer enquanto viajava nos arranjos e melodias. Não deu jeito. Antes disso, fui perturbado pela lembrança do casal que matou uma família inteira no Conde, na semana passada.
Ontem escutei o relato do crime, contado pelos acusados. A cena é dantesca. O horror da menina de 11 anos, que deve ter ouvido o irmão morrer e depois ficou sozinha no quarto com o assassino é algo insondável. A frieza é desumana.
Não consegui pregar os olhos porque lembrava da imagem. Lembro que, durante o expediente de ontem, na redação do Correio, fiquei com o estômago embrulhado visualizando a cena. Fui interrompido pelo e-mail de um colega de trabalho com um trocadilho barato que me fez rir.
Mas na madrugada de hoje, quando não há quase nenhum ruído presente a não ser o roer do ponteiro dos segundos, minha mente traz de volta o filme do dia. Queria poder fechar os olhos agora e abrir somente às 7h40. Umas cinco horas bem dormidas fariam toda a diferença em uma sexta-feira.
terça-feira, 4 de outubro de 2005
Veja dá tiro pela culatra!
Ridícula a matéria de capa da edição da Veja desta semana (1921), "7 razões para votar NÃO". Os argumentos fajutos responsabilizam a ineficácia da polícia no combate ao crime como fator determinante para a violência - o que é sem dúvida uma verdade -, mas associam isso ao referendo, que definirá se a maioria dos brasileiros querem ou não que o comércio de armas e munição continue.
O texto chega ao absurdo de dizer que se o sim vencer, a criminalidade continuará e o povo se sentirá culpado por ela. Seguinte a essa citação, faz um paralelo com a angústia sentida pelos pacientes com câncer quando se dizia que a doença se desenvolvia em sujeitos amargos?!
Segundo os jornalistas de Veja, o governo tenta desviar o foco transferindo ao povo a responsabilidade pela segurança pública e cita exemplos de outros países para mostrar que a violência não está relacionada à venda de armas.
A pergunta do referendo é digna de ser criticada. Veja vai além: comete o mesmo erro na direção inversa e em proporção exagerada. Propõe que se subtitua "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?" por "O Estado brasileiro pode tirar o direito das pessoas de comprar uma arma de fogo?"?!
As forças policiais do Brasil estão contaminadas por corruptos, mas isso não impede que a população brasileira possa opinar sobre a venda de armas e munição.
O texto chega ao absurdo de dizer que se o sim vencer, a criminalidade continuará e o povo se sentirá culpado por ela. Seguinte a essa citação, faz um paralelo com a angústia sentida pelos pacientes com câncer quando se dizia que a doença se desenvolvia em sujeitos amargos?!
Segundo os jornalistas de Veja, o governo tenta desviar o foco transferindo ao povo a responsabilidade pela segurança pública e cita exemplos de outros países para mostrar que a violência não está relacionada à venda de armas.
A pergunta do referendo é digna de ser criticada. Veja vai além: comete o mesmo erro na direção inversa e em proporção exagerada. Propõe que se subtitua "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?" por "O Estado brasileiro pode tirar o direito das pessoas de comprar uma arma de fogo?"?!
As forças policiais do Brasil estão contaminadas por corruptos, mas isso não impede que a população brasileira possa opinar sobre a venda de armas e munição.
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