Estou prestes a completar quatro anos morando aqui em Intermares, Cabedelo. Lembro que quando cheguei passei dez dias à luz de velas (rendeu uma briga com a Energisa e um post no blog) e dormia em um saco de dormir. O tempo voou, fiquei igual e diferente. Explico abaixo.
Há em mim um desejo de fazer de minha vida algo relevante, tanto para mim quanto para a sociedade. Cobro de mim uma contrapartida diante de tudo que já recebi de minha família e deste país. No fundo me vejo patriota, mas não acredito que consiga retribuir aos cofres públicos o que investiram em minha formação.
Meu ensino médio, duas graduações e a terceira que hoje curso foram custeadas pela União, leia-se o curso técnico em Mecânica pela Escola Técnica Federal da Paraíba (hoje IFPB), o bacharel em Comunicação Social (Jornalismo), a licenciatura em Educação Artística (Música) e o curso de Direito, esses três na UFPB.
Em mecânica mal trabalhei, exceto por um estágio na Braz Motors durante cinco meses. No jornalismo, cinco anos como repórter em um sistema de comunicação privado, o Correio da Paraíba. E agora estou no meu segundo ano como professor de artes da rede municipal de João Pessoa. Ensinar crianças pobres talvez esteja sendo o mais relevante do que já fiz para retribuir o que o Estado apostou em mim.
Dos sonhos que tive, realizei alguns poucos como trabalhar como jornalista de cultura (ou do caderno de variedades, como meu editor gostava de frisar), entrevistar alguns homens e mulheres admiráveis. Quase não viajei. Preciso retomar este desejo. Mas vejo que de 2009 pra cá - o ano que resolvi cair fora da redação e fazer Direito - tanta coisa aconteceu que quatro anos voaram.
Vou piscar os olhos e ao abrir terei mais um diploma na mão. E mais vontade ainda de fazer algo relevante. Será tudo igual? Muito mais vontade que ação? Espero que não. Será que voltarei ao jornalismo depois de tudo? Vai ser diferente, mas igual. Só sei dirigir com uns bons retrovisores.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
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