Esta semana caiu um avião da Noar em Boa Viagem, bairro da orla de Recife-PE. Em 2009 participei de uma seleção que o Sine fez aqui em João Pessoa para contratar agentes e supervisores para essa recém-criada empresa regional de aviação. A aviação regional se mostrava um filão excelente para a crescente economia brasileira.
Lembro que a pessoa que estava encarregada da seleção - e que nos deu um chá de cadeira tremendo! - se surpreendeu com o baixo número de interessados ou com currículo que cumprisse as expectativas da seleção. Uma das principais exigências era o domínio de uma língua estrangeira. No processo seletivo em Mossoró-RN havia muito mais gente do que na capital paraibana.
Eu e um amigo francês, que conheci naquele dia, nos saímos bem na primeira etapa e fizemos a segunda em seguida. A funcionária do Sine nos disse que a empresa entraria logo em contato conosco para a etapa seguinte, que deveria ser um treinamento em Recife. Ela inclusive nos pediu para que não viajássemos para não correr o risco de não estarmos disponíveis no momento do contato.
Passaram-se semanas, meses e nada. Acho que mais de um ano depois finalmente os voos começaram a partir do aeroporto Castro Pinto. Uma amiga que trabalha para a Infraero lá me disse que a Noar preferiu contratar algumas pessoas que já trabalhavam para a Gol. Meses depois a Noar suspendeu a rota João Pessoa-Natal-João Pessoa-Recife por questões operacionais.
O fato é que depois do trágico acidente que matou 16 pessoas na manhã do dia 14, não estar trabalhando para a empresa é um alívio. Acho importantíssimo que existam empresas regionais como a Noar, mas este acidente em tão pouco tempo de existência da companhia é um desafio enorme para os mantenedores da marca. Como contornar essa crise e resgatar a credibilidade?
sexta-feira, 15 de julho de 2011
sábado, 2 de julho de 2011
O maniqueísmo, esse lindo!
Ah, o maniqueísmo! Esse lindo! É tão bom pensar que uma coisa é isso ou o seu contrário - sem meios termos! É confortável não problematizar e deixar tudo em conceitos fechadinhos que dão uma resposta rápida para nossas perguntas imediatas. Nossa vida é pra já! Ou, como diria o cartão de crédito, "a vida é agora".
O problema é que essa velocidade alucinada tira a oportunidade de refletir. Refletir é cansativo, moroso, um exercício incomum diria Rui Barbosa.
Nessa ausência de reflexão, o discurso midiático é recebido como verdade. As relações humanas vão à ruína por uma palavra. A vontade de ajudar o próximo esbarra na descrença de que isso mude alguma coisa.
É também a falta de reflexão que gera distinções inexistentes do tipo: "Aquele grupo não tem nada a ver comigo" ou "Nunca pensaria assim".
Há uma frase no Forte Santa Catarina, em Cabedelo, que diz em outras palavras que as épocas passam mas as razões permanecem. Amadurecer a mente é um desafio. Não podemos mudar o mundo sem mudar a cultura, o comportamento, os valores primitivos que têm movido a mola desta roda viva.
O problema é que essa velocidade alucinada tira a oportunidade de refletir. Refletir é cansativo, moroso, um exercício incomum diria Rui Barbosa.
Nessa ausência de reflexão, o discurso midiático é recebido como verdade. As relações humanas vão à ruína por uma palavra. A vontade de ajudar o próximo esbarra na descrença de que isso mude alguma coisa.
É também a falta de reflexão que gera distinções inexistentes do tipo: "Aquele grupo não tem nada a ver comigo" ou "Nunca pensaria assim".
Há uma frase no Forte Santa Catarina, em Cabedelo, que diz em outras palavras que as épocas passam mas as razões permanecem. Amadurecer a mente é um desafio. Não podemos mudar o mundo sem mudar a cultura, o comportamento, os valores primitivos que têm movido a mola desta roda viva.
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